A única certeza é que os economistas e os analistas não se entendem sobre a “nova era” em que vivemos. Uma corrente de académicos avisa que o capitalismo vive uma época de estagnação secular. A expressão foi retirada do baú da História. Criada em 1938 pelo economista Alvin Hansen, cognominado de “Keynes norte-americano”, assustado com os efeitos prolongados potenciais da Grande Depressão, renasceu agora, depois da Grande Recessão de 2009. Um dos seus mais mediáticos proponentes é o economista Lawrence Summers, que foi secretário do Tesouro de Bill Clinton e presidente da Universidade de Harvard.
Nos inquéritos de opinião a quadros e empresários à escala global expressa-se, com nostalgia, o ‘sentimento’ de que o crescimento não vai voltar a ser como dantes. O medo do abrandamento económico surge, aliás, em primeiro lugar nas projeções para 2020 por parte dos quadros de todo o mundo inquiridos pela AON, multinacional de soluções de gestão de risco, no seu último inquérito, publicado este ano.
O mundo, de facto, já não tem a dinâmica que tinha – desde 1980, em menos de um terço dos anos conseguiu crescer a 4% ou mais. Nas economias desenvolvidas, essa taxa só se registou em quatro anos nos últimos 37 decorridos. As projeções mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) dizem que o crescimento mundial ficará abaixo de 4% ao ano até 2022. E nas economias avançadas poderá haver uma desaceleração de 2,2% em 2017, para menos de 1,7% daqui a cinco anos.
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